quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

"Uma janela para o céu"


"A indescritível beleza de uma flor.
A graça de um pássaro voando alto.
O som do vento nas árvores:
Em algum momento de nossas vidas a natureza nos toca,
a você...a mim...
e a todos nós de alguma maneira pessoal e especial.
Seu imenso mistério nos revela um pouco de sua pureza,
e nos faz lembrar de uma Vida
que é maior do que os pequenos afazeres humanos".

(Joseph Cornell)

(retirado do livro de Joseph Cornell, 1998, editora Aquariana, p.19 e foto acima tirada por Fabrício M. Leite)

A Escola


" A escola é....
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quartos,
programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo, gente,
gente que trabalha, que estuda,
que se alegra, que se conhece, que se estima,
o diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um
se comporte como colega, amigo, irmão,
Nada de 'ilha cercada de gente por todos os lados'.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada pode ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola, não é só estudar, não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, e se 'amarrar nela'!
Ora, é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz

de Paulo Freire

( retirado do site:www.paulofreire.org/escola_p.htm)

sábado, 17 de janeiro de 2009

A Escola que Queremos:

"Morada do Inventor"

Latas vazias de bebidas, caixas de fósforos, pedaços de papel de embrulho, fitas,
Brinquedos quebrados, xícaras sem asa, recortes e bichos, pessoas luas e estrelas,
Revistas e jornais lidos, retalhos de tecido, rendas, linhas, penas de aves, cascas de ovo,
Pedaço de madeira, de ferro ou de plástico.

Um dia, a professora deu partida e transformamos, colamos e colorimos:
E surgiram bonecos esquisitos, bichos de outros planetas, bruxas.
E coisas malucas que Deus não inventou.

Tudo o que nascia ganhava nome, pais, casa, amigos, parentes e país,
E nasceram histórias de rir ou de arrepiar!...
E a escola virou morada de inventor!

(Elias José)

Assim pensamos em escola, morada de inventor, onde a criança seje vista como um ser repleto de sonhos, desejos, imaginação, em busca de novas experiências e novos saberes.
Esse poema de Elias José, ilustra essa possibilidade de uma escola prazerosa e envolvente, ao qual tantos profissionais na área da educação desejam conquistar.


(Poema retirado do site: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0133/aberto/mt_249313.shtml#topo)



quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O que eu vou ser quando crescer???

Aprendemos muito com as crianças...não é mesmo???
Um dia desses, em uma conversa informal com as crianças, eles queriam saber o que cada uma dos coleguinhas queriam ser quando crescer.....

O engraçado é que eles queriam saber o que eu achava. Perguntavam de que profissão eles tinham "cara"(termo usado pelas crianças).

E na brincadeira
fui falando de acordo com as características de cada um, como ex: Pedro*, que todos os dias reclamava de uma dor, embora eu sabia que era para chamar a atenção, ou seja, tinha uma carência afetiva muito grande, atribuí a ele a profissão de médico, pois assim, ele acharia as curas de todas as suas dores....e assim foi, até que chegou a vez do João*...essa criança além de ter uma carência afetiva explícita, era totalmente complexado com sua aparência física, mas lá fui eu atribuir uma profissão.....

Ahhhh!!! Encontrei.... disse para a turma, e ele se achava
ansioso para ouvir e assim continuei, disse a ele que poderia ser um ótimo astronauta, ou algo parecido, pois ele vivia no mundo da lua, totalmente fora desse planeta.Rrsrrsrssr. E o engraçado é que ele e toda a sala gostou da idéia, e todos também queriam ser.

Passados alguns dias ele me entregou este desenho acima, eu ao lado dele vestido de astronauta.....até hoje ele se lembra desse dia, que ficou marcado para mim e para muitas das crianças que não tinham nenhuma perspectiva de vida, assim como ele, onde sua auto estima foi melhorando e o interesse em aprender a ler foi aumentando
cada vez mais.

Com nossas experiências de vida, seja no trabalho formal ou não formal, aprendemos tanto quanto as crianças......., não é mesmo?!!!

*(os nomes das crianças são fictícios, para preservar suas identidades)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"Educação em todos os espaços"


A educação escolar tida como formal, não deixa de ser um foco importante para a construção do conhecimento, mas deixa de ser o único.

No âmbito escolar, não podemos ignorar o processo de Educação Informal, que é representada pelo cotidiano, decorrentes dos processos naturais, que acontece desde a famíla e que se reportam as primeiras experiências de vida das pessoas. Onde consequentemente, passam a ser integradas a chamada Educação Formal e Não Formal.

Com objetivos claros e específicos, a Educação Formal, é representada praticamente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma diretriz centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas, determinada em nível nacional, com órgãos fiscalizadores do Ministério da Educação.

Logo, a Educação Não Formal, é um processo mais extenso e menos burocrático, mas podem ser flexíveis, organizados e sistematizados; integrando projetos de diferentes áreas, pois é dotada de maior elasticidade que a escola.
Entretanto, os espaços de Educação Não Formal são múltiplos, aos quais as organizações governamentais e em sua maioria não governamentais desenvolvem trabalhos comunitários, onde o tempo não é fixado a priori, e são respeitadas as diferenças existentes para a absorção dos conteúdos implícitos e explícitos, no processo de ensino e aprendizagem; ao qual Gohn, diz que:

"..a educação não formal designa um processo de formação para a cidadania, de capacitação para o trabalho, de organização comunitária e de aprendizagem de conteúdos escolares em ambientes diferenciados"(p.98-99)

Portanto, a cidadania é o objetivo principal a ser alcançado, por meio de um trabalho coletivo em espaços que oferecem educação Não Formal.

Dessa forma, a educação sofre mudanças em seu conceito, pois deixa de ser restrita ao processo de ensino aprendizagem em espaços formais, se transpondo aos muros da escola, para os diferentes segmentos da sociedade, como: ONGs, família, trabalho, igreja, clubes, etc. Conceito de educação sustentado pela Convenção dos Direitos da Infância, onde ultrapassa os limites do ensino formal e engloba as experiências de vida e os processos de aprendizagem não formais, que desenvolvem a autonomia da criança.


Referências Bibliográficas:

Gadotti, Moacir. A questão da educação formal e não formal . Disponível em: www. paulofreire.org/moacir_gadotti/Artigos/Portugues/educação_Popular_e_EJA/Educação_formal_não_formal_2005.

Gonh, Maria da Glória. Educação não formal e cultura política. Impactos sobre o associativismo do terceiro setor. 2 ed. São Paulo. Cortez, 2001.

Revista Educação. Editora segmento, ano9, n°101, setembro, 2005.